Our Fears

São as imagens que dão vida aos textos, e os textos que dão movimentos às imagens. E rodam todos como karaminholas na kuka da Krika.



segunda-feira, 12 de julho de 2004

As violetas são testemunhas

As violetas são testemunhas



A campainha toca, Bella atende, e, Carlos entra e senta-se no sofá, sem dizer qualquer palavra. Bella pergunta: “—O que você está fazendo aqui?”

Carlos bate a mão no assento ao seu lado, como sinal para que ela se sente ali: “—Não consigo tirá-la dos meus pensamentos, sonho com você. Sabe, aquele beijo mexeu muito comigo, não entendo porque você fica me evitando. Quero namorar com você, será que posso?”

Eles conversaram longamente a respeito, e Carlos pediu sua mão em namoro ao seu pai.

Hoje em dia, é muito difícil acontecer isso, mas nos idos dos anos 80, ainda se praticava esse ato bárbaro, onde o rapaz tinha que enfrentar toda a ira do pai que achava que sua filha era muito menina para namorar. E, a diferença de idade entre Carlos e Bella era grande, eram 7 anos. Carlos fazia residência num hospital em São Paulo como pediatra, e Bella prestaria o vestibular para Administração de Empresas. O Seu Fernando não gostou nem um pouco da idéia, mas acabou cedendo, ele próprio foi se aconselhar com a irmã, que anos antes havia explicado a Bella sobre a sexualidade.

E ela como é uma pessoa aberta, disse a ele que Bella já não era mais uma menina, e que além de tudo Carlos era um bom moço, de família conhecida, e bem intencionado, senão não pediria a mão de Bella em namoro, namoraria escondido.

Isso revolucionou o modo de pensar do Seu Fernando, ele ainda via Bella como sua menina, e ela havia se tornado uma bela mulher. Sua irmã tinha mesmo razão, estava na hora de ter um namoro sério se assim ela o quisesse.

Seu Fernando, para não perder o controle da situação, impôs horários e tudo o mais, para que Carlos e Bella namorassem.

Ele realmente ficaria horrorizado com essa estória de “ficar”, que existe hoje em dia, não existe mais namoro, existe o “ficar”, e ele é bem abrangente, vai desde trocar alguns beijinhos a ter relações sexuais, seria uma espécie de namoro por apenas um dia ou uma noite, não se têm compromissos. É comum vermos grupos de jovens onde uma garota já ficou com todos os garotos da turma, e isso começa cedo, em média com 12 anos.

Quem vai querer namorar sério se pode ficar com muitas pessoas? Mas isso traz alguns problemas sérios para a sociedade, os garotos por não terem experiência, nem dinheiro para comprar camisinhas, acabam engravidando suas “ficantes”, ou contraindo doenças venéreas muito cedo.

Isso porque passar dos beijinhos para algo mais excitante, é muito fácil, mas como obrigar que jovens de 12 a 15 anos se casem? Existem muitas meninas em pleno século XXI, perdendo sua juventude e privilégio de serem jovens atuantes e apreciadas, para serem mães. Ser mãe é uma dádiva, toda mulher por mais revolucionária que seja sonha com isso, mas exige uma certa maturidade, é preciso viver para ensinar alguém a viver.

E um filho, não é algo que se apague da vida de alguém. Fazer sexo é uma coisa muito boa, mas é preciso escolher o momento e as pessoas certas para isso. E, à parte toda a praticidade que o “ficar” encerra em si, namorar, no real sentido da palavra, é muito bom. Trocar sorrisos, trocar cumplicidade, trocar beijos, trocar carinhos, com uma pessoa especial é o melhor que existe.

Por isso, não devemos julgar mal o Seu Fernando, pois ele queria que sua filha vivesse o mesmo tipo de amor que ele vivera com Dona Iolanda.

Se Bella era uma pessoa correta e dedicada, Carlos era provocante e atrevido. Certa manhã de sábado, Seu Fernando foi ao clube, e Carlos foi ao apartamento de Bella.

Bella abriu a porta e ele já foi beijando-a, trancou a porta, pegou-a nos braço e saiu a procura do seu quarto. Entre os beijos, Bella ainda conseguiu perguntar: “—Carlos, o que está acontecendo?”

Ele a pôs na cama, ajoelhando-se no chão, sorriu, beijou-a delicadamente, enquanto a beijava, sua mão corria por baixo do seu vestido, Bella o empurrou: “—Pára! O que está fazendo?”.

Ele sorriu e perguntou: “—Não gosta?”. Ela nem respondeu e ele recomeçou a beijá-la, deitando-se por cima dela. Bella amoleceu, estava gostando dos beijos.

Carlos ajoelha-se sobre ela, tira a camiseta atira num canto do quarto, volta a beijá-la, Bella nunca tinha contemplado o peito nu de seu namorado, estava sentindo sua pele quente, seu beijos eram excitantes, sobretudo quando beijava suas orelhas, isso a enlouquecia, ele levantou-se baixou o zíper da calça, tirou a calça, depois tirou a cueca, arremessando aos cantos do quarto. Ela ficou parada sem ação ele voltou a beijá-la, com as mãos entrelaçadas em seus cabelos negros.

Bella acorda com o som do rádio, era seu pai que chegava, abraçado a ela estava Carlos, ela olhou para o despertador, eram 8 horas da noite, ela levantou-se e trancou a porta do quarto. Carlos acordou, ela fez sinal para que ele ficasse quieto.

Carlos a chamou para a cama, nesse momento ela se deu conta que estava nua, deitou-se ao lado de Carlos na cama de solteiro, e ficaram agarradinhos um ao outro, Carlos a acalmou com beijos e sussurrou no seu ouvido: “—Eu ti amo”.

Ela se acalmou e adormeceu, quando acordou já era manhã, Carlos não estava no quarto, ela viu um bilhete embaixo do despertador: “Amor, você faz de mim o homem mais feliz do mundo, adorei ser o primeiro homem de sua vida, agora minha meta é ser o único. Vou pedí-la em casamento ao seu pai. Com muito amor, e sempre seu, Cacá.”

Ela se levanta, vestindo-se rapidamente e corre para a cozinha, seu pai está tomando café: “—Bom dia Bella, foi dormir cedo ontem, o que aconteceu?”

Bella responde: “—Estava com dor de cabeça pai, e como foi lá no clube?”

Ela estava aliviada, por um instante pensou que Carlos fosse falar com seu pai naquela manhã mesmo, seu pai ficaria muito decepcionado com ela, pois tinha lhe dado confiança, e ela a estava traindo.

Voltou para o seu quarto releu o bilhete, beijou-o e guardou em uma caixinha no guarda-roupa, onde guardava coisas especiais.

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...


Viver é atuação principal, o resto a gente faz por prazer, diversão ou necessidade.